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Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins

Fórum de criação e cruzamentos variados

Experiências memoráveis e um concerto de eleição

Um dia para construir, desconstruir e emocionar

Último dia do Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso

Arranque a chave de ouro

Primeiros acordes nesta quarta-feira

O FIGST 2024 assume-se como um fórum de encontros, de criação, de formação e de cruzamentos variados, com a guitarra como denominador comum.

 

Foi esse o mote para a masterclasse de André Gago, intitulada ‘O Guitarrista em Palco’, em que o ator visou a aquisição de competências nos domínios da presença performativa do guitarrista perante o público.

 

Na oficina ‘Do Lixo se faz Música’, ao longo do dia, Paulo Coelho de Castro envolveu a comunidade escolar na criação de ambientes sonoros, em ambiente descontraído e bem-disposto, através da reutilização de materiais.

 

O primeiro concerto de proximidade deu-nos o som da guitarra clássica de Diogo Passos e da guitarra portuguesa de Hugo Gamboias. À noite, Jorge Caballero brindou o público com o seu virtuosismo intenso.

Após um concerto arrebatador na Nave Cultural, Jorge Caballero regressou à Fábrica de Santo Thyrso nesta sexta-feira para proporcionar uma experiência inesquecível a jovens estudantes de guitarra.

No Centro de Arte Alberto Carneiro, sem jamais olhar para o relógio, o virtuoso guitarrista peruano vestiu a pele de professor para aulas práticas individualizadas aos promissores talentos que responderam à chamada, conquistando os presentes.

Paulo Coelho de Castro, no IMoD, voltou a mostrar a dezenas de crianças que ‘Do Lixo se Faz Música’, surpreendendo a plateia com a revitalização de objetos do nosso quotidiano e a consequente reconversão em instrumentos musicais, originando momentos de uma sonoridade peculiar e cativante.

O momento alto aconteceu à noite. O quarteto de guitarras de Colónia, com membros de quatro países diferentes (Alemanha, Grécia, Israel e Portugal) trouxe até à Nave Cultural um concerto com música clássica, músicas do mundo, música contemporânea e experimental que arrebatou o público que praticamente enchia a sala. A soprano Maria Portela Larisch emprestou a palavra cantada ao som das diferentes guitarras para deixar marca neste festival. Momentos antes, num registo intimista, Rui Fernandes fez ouvir o som inigualável da guitarra amarantina.

O penúltimo dia, sábado, é igualmente prometedor, com parte da jornada dedicada à construção e, depois, desconstrução de uma guitarra. A primeira sob a forma de uma masterclass (pela mão do luthier Enzo Guido), a segunda moldada através de mais uma Conversa (Des)concertante, com Agostinho Tico Rodrigues e Enzo Guido. Iniciativas que serão sequenciadas, no final da tarde, com o espetáculo “O Encanto das Marionetas de Fios”, pela companhia Marionetas Rui Sousa.

E noite, essa, volta a ser de concerto, às 21h30, também na Nave Cultural. E com sonoridades clássicas que vêm da Turquia, com Tachuri. O trio desenvolverá em palco uma “conversa” musical entre o kanun e o oud – dois dos instrumentos mais importantes da música clássica turca -, e, também, a guitarra, num reportório que apresentará peças tradicionais e originais, num diálogo permanente entre os três instrumentos, num virtuosismo inigualável, evocando uma gama de emoções que vai desde a melancolia até a celebração.

Num festival dedicado ao núcleo e à envolvência da guitarra não há tema que vá mais diretamente ao âmago do que precisamente a construção do instrumento. E foi assim que arrancou o dia quatro do FIGST 2024, na Fábrica de Santo Thyrso, com uma masterclass matinal conduzida pelo luthier italiano Enzo Guido.

Especializado na construção de guitarras, este profissional dedica uma especial atenção à variante clássica, 100% feita à mão, desenha há muitos anos os seus próprios modelos e, adicionalmente, reproduz instrumentos antigos.

Perante uma plateia constituída por um ou outro construtor de guitarras, alguns músicos e simples amantes de música, Enzo Guido desvendou alguns dos segredos da profissão, em extinção em Portugal, mas que tem conhecido algum élan nos últimos anos.

Já depois de fazer de demiurgo, o luthier transalpino juntou-se, à tarde, a Agostinho Tico Rodrigues (Porto Guitarra), para ajudar a fazer o oposto, ou seja, desconstruir uma guitarra, através de mais uma Conversa (Des)concertante.

A jornada, de partilha de vivências e experiências, serviu para entrar dentro da organologia da guitarra (dos materiais, dos detalhes, etc.), tomando como fio condutor os problemas – mais ou menos – comuns que os intérpretes enfrentam no dia a dia e como eles são ultrapassados através das técnicas de reparação instrumental. E o momento não deixou de conhecer até um momento inusitado: o corte longitudinal de uma guitarra (para a conhecer por dentro), ao som de bossa nova!

De tarde, a Companhia de Marionetas Rui Sousa levou até Santo Tirso o encanto das marionetas de fios. Mais um exemplo do novo conceito do festival, que integra outras áreas da cultura, sempre exaltando o valor da guitarra. Para hoje, dia de encerramento, e em estreia absoluta, aguarda-se com expectativa o resultado do trabalho desenvolvido entre o ator André Gago e o guitarrista João Diogo Leitão, assente na ligação entre as palavras ditas e os acordes de guitarra.

Domingo, último dia do Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso, a ‘Fábrica de Santo Thyrso’ encheu-se de famílias que, com entusiasmo, assistiram e participaram na formação de Paulo Coelho de Castro, ‘Do lixo se faz música’.
As últimas conversas desconcertantes fizeram um balanço, a quente, muito positivo, desta 27ª edição.
O Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso despediu-se com a brilhante atuação do duo composto pelo ator André Gago (voz) e João Diogo Leitão (guitarra).
A promessa fica desde já feita, em 2025, este festival estará de volta a Santo Tirso.

 

Primeiro dia da 27ª edição do festival, com arranque a chave de ouro. Memorável concerto evocando Sophia de Mello Breyner Andresen pela Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins (OPGB, precedido por uma conversa desconcertante, onde André Gago, João Diogo Leitão e o diretor da OPGB, António Vieira, falaram sobre a união entre som, palavra e a palavra recitada. E assim foi desvendado um pouco do espetáculo concebido em residência artística que, em estreia absoluta, encerrará o festival no próximo domingo.

O presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, Alberto Costa, marcou presença no espetáculo inaugural, onde reforçou a ideia de que “a autarquia acredita firmemente que a cultura pode ser um motor de desenvolvimento económico e social do concelho”.

 

 

Estamos a poucas horas de ouvir os primeiros acordes da edição deste ano do Festival Internacional de Guitarra. Mais abrangente do que nunca, começa com dois dedos de conversa, às 18h00, numa tertúlia desconcertante para a qual estão convocados André Gago, João Diogo Leitão e elementos da Orquestra Portuguesa de Bandolins. A matéria-prima física na génese da guitarra, a madeira, e toda a matéria que gravita à volta do instrumento musical será o tema em cima da mesa, num espetáculo falante que antecede o primeiro grande concerto do festival. Pelas 21h30 sobe ao palco da Nave Cultural da Fábrica de Santo Thyrso a Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins.

 

Até ao próximo domingo, nesta edição que, sendo a 27ª, assinala trinta anos de existência do evento, serão sete os concertos, desde o modelo tradicional a espetáculos com um registo mais intimista. Teatro, masterclasses, workshops e várias mostras completam a programação de um festival que é um dos mais antigos e renomados da especialidade.